No fim de semana passado participei no 1º Congresso Nacional do Movimento Convívios Fraternos a que se juntou mais um Convívio de Animação Nacional.
Considero o congresso como sendo uma boa experiência, das quais resultaram as conclusões que podem consultar no blog http://convivios.fraternos.blogspot.com e senti-me sempre na companhia de bons amigos.
O Convívio de Animação também correu muito bem. O ambiente criado na celebração penitencial foi tão bom, que não quis sair de onde estava para ir saudar Nossa Senhora na Capelinha das Aparições.
Depois de ler uma parte do livro "Imitação de Cristo", fiz silêncio e rezei como raramente faço. Preferi o silêncio, a oração, a canção, que me prepara para a luta da santidade e que me sara as feridas da batalha da vida. Foi bom! Mas o melhor estava guardado para o final.
Estavamos nós a festejar no encerramento o facto de sermos convivas, quando me apercebo de uma conversa ao meu lado entre três convivas de Bragança sobre o desejo de um deles de trocar a sua t-shirt por uma do Porto.
Contextualizo: a t-shirt de Bragança, sendo da côr-de-burro-quando-foge, é horrível, (feia feia feia mêmo mêmo feia.. tão feia que até apetece dizer és feia... estão a ver??); o rapaz que a queria trocar aparentava ter uma deficiência mental e uma timidez acentuada e a t-shirt do Porto é de um azul bonito.
O rapaz queria trocar a sua e partilhou isso com um amigo, mas já tinha desistido do seu propósito! Mas o amigo não o deixou desisitir e disse-lhe "vamos trocar a t-shirt... vamos arranjar uma do Porto para ti". Em mim fez-se silêncio e a este gesto prendi toda a minha atenção.
Avançaram para trás de mim, onde se encontrava o grupo do Porto mais próximo. Segui-os com o meu olhar. Passaram por mim com um sorriso, que contrastou com as caras daqueles a quem a troca era proposta. Li desinteresse, estranheza, negação; todos sentimentos legítimos a quem lhes é oferecida uma troca e de todo censuráveis, pois era clara a dificuldade da troca.
Continuei a seguir com o olhar o duo de Bragança que avançou para um outro grupo, e de novo percebi os mesmos olhares. Outro grupo e outro grupo. Até que, por entre a multidão em festa, vejo o rapaz em tronco nú a entregar a sua camisola a um outro também em tronco nú. Agradeci...
Um pouco depois olhei com alegria para um ponto de azul com um sorriso de céu num mar de cores-de-burro-quando-fogem e mais tarde cruzei-me com o mesmo sorriso vestido de cor feia num bonito mar de azul.
Este duplo gesto de amizade, de quem percebe um desejo e não o deixa abandonar, este interesse pelo Destino e pela Felicidade do outro, e de que por Graça fui testemunha silenciosa, deu um novo sentido ao meu fim-de-semana.
Voltei para casa em silêncio e em Paz, porque fui testemunha de algo muito grande, muito maior do que eu, e porque percebi mais uma vez, que o Bem já venceu.
Que quando dois amigos, mesmo que se acabem de conhecer, se juntarem e viverem a amizade, interessando-se pelos Destinos um do outro, Ele vence!