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domingo, julho 09, 2006 

casa do gaiato...



Escrevo sobre a "Obra da Rua", mais conhecida como "Casa do Gaiato".

Lá aprendi o que talvez seja a maior lição da minha vida, que marcou todo o meu caminho desde esse dia até hoje. De uma forma especial posso dizer que se não fosse a Casa do Gaiato, o meu pai e aquela feliz escolha naquela especial circunstância, não teria sido quem hoje sou.

Tenho sofrido muito com o que têm feito à nossa Casa do Gaiato, e ainda mais por não encontrar as palavras certas para responder ao que me revolta.

Mas hoje encontrei-as, pelas palavras de D. António Marcelino, bispo de Aveiro, que li minutos antes da missa de hoje.

"A sua obra está aí à vista, a pedir meças a qualquer outra do género, com os resultados, a confiança e a admiração de todo o país. O método pedagógico, inovador e objectivo, objecto de teses de doutoramento e de estudos sérios, provado pela sua eficácia ao longo de muitas décadas, mostra que, na educação, quando não há entrega incondicional por parte do educador e um coração sensível e aberto, nunca haverá processo educativo válido e que ajude a crescer."

"O estado, na tentação de se julgar dono de tudo, até das pessoas, descura o essencial e agarra-se ao acidental. Técnicos, muitos deles imberbes, de ideias feitas e horários reduzidos, não ouvem ninguém porque já sabem tudo, não aceitam senão o que sai das suas cabeças iluminadas. Assim se chegou ao menosprezo pelas beneméritas Casa do Gaiato e, logicamente, pela sua alma dinamizadora, os Padres da Rua. Talvez para cobrir ineficiências e fracassos das obras congéneres oficiais, de que a comunicação social dá notícia abundante, de desgoverno e de misérias."

"O resto é feito por uma justiça que ninguém entende. Condena e dá publicidade, sem ouvir a parte acusada, que tem sempre muito a dizer e direito a fazê-lo. Tudo se passa a partir de queixas de adolescentes e jovens, ressabiados porque não suportaram, para seu bem, nem normas de disciplina, nem castigo merecido. Gente nova, soprada por adultos sem escrúpulos, que no jeito farisaico de quem não mostra nem a mão nem o rosto, empurra, atira a pedra e faz barulho para que se ouça e se veja onde ela cai."

"Os Padres da Rua são heróis diários que incarnam o carisma providencial do Padre Américo e têm o dever de o defender e salvaguardar, homens a quem, no dia a dia, só conforta o sentido evangélico na sua vida e a consciência de uma doação, sem horas nem limites. Milagre que só o amor explica, mas que incomoda quem não é capaz do mesmo, nem de compreender o sentido destas vidas singulares. O estado, em vez de realçar e apoiar a grandeza de testemunhos tão eloquentes, parece querer abafar esta luz, dando atenção a críticas e acusações de quem jamais entenderá o que é educar com amor, pessoas para a vida. Assim se pode calar e destruir um património, que será sempre uma referência educativa de qualidade, para, em troca, encaixar um carisma único, em moldes legais uniformizados e falhados. "

"Estou e sempre estive com os Padres da Rua, e muito especialmente neste momento em que são injustiçados e caluniados. " Farisaismo nacional e Casa do Gaiato

Nestas palavras encontrei as palavras da justiça que tanto procurava no que lia!

Pelos nos padres santos e pelos gaiatos dos nossos dias, que na Obra da Rua têm a única oportunidade de uma escolha livre por uma vida nova .. não me calarei!


M

  • Deixo aqui as minhas pegadas para saberem que por aqui passei e que por aqui não fiquei!



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